Fotos: Gabriele Bordin
Placa instalada pelos moradores no terreno baldio da Rua James de Oliveira Franco e Souza
O Parque Sarandi, situado no
Bairro São José, tem problemas de esgotos, ruas não asfaltadas, falta de paradas de ônibus e terrenos baldios antigos, já conhecidos pela falta de cuidados e por serem pontos ilegais de descarte de lixo. Em contrapartida, o Parque tem uma associação de moradores empenhada em melhorar o bairro e sanar problemas comuns à maioria, a qual se reúne todas as primeiras terças-feiras de cada mês para tomar decisões em conjunto.
O morador da Rua Oscar Ferreira Ilui Mario Pasa, 57 anos, administrador aposentado, conta que toda vez que a Corsan faz algum ajuste na tubulação da rua, ela estoura e causa mais problemas. Pasa diz que os moradores cobram melhorias da Corsan, mas as manutenções são raras.
O QUE DIZ A CORSAN Sobre a tubulação da Rua Oscar Ferreira: A Corsan afirma que todos os serviços de manutenção de pavimentos são realizados conforme cronograma e protocolo observados pela companhia e pela prefeitura.
Na Rua Oscar Ferreira, também há duas bocas de lobo que,
a cada chuva, entopem causando alagamentos. Segundo Pasa, a prefeitura arrumou as bocas de lobo há mais de seis meses, mas o ajuste não durou uma semana. No final da rua, onde hoje fica um viaduto, na Avenida Prefeito Evandro Behr, duas paradas de ônibus foram retiradas no início da construção do viaduto e ainda não foram devolvidas ao parque.
O QUE DIZ A PREFEITURA Sobre as duas bocas de lobo da Rua Oscar Ferreira: Segundo a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, a via recebe manutenção periodicamente. O deslocamento das tampas das caixas coletoras de água pluvial se deve ao trânsito indevido de veículos de grande porte sobre as tampas. O excesso de peso, acima da capacidade da via, desloca as tampas e danifica o calçamento. Além do mais, os alagamentos nesta rua são causados pela grande quantidade de material de construção civil (areia, brita e argamassa) que estão sobre a via. Quando ocorrem grandes precipitações pluviométricas, as tampas são deslocadas para dentro do sistema de coleta de água pluviais, causando a obstrução da rede e, consequentemente, ocasionando alagamentos.
Devido a esses problemas, são menos horários de ônibus disponíveis e maior distância entre o Parque Sarandi e as paradas disponíveis, conforme relata Pasa. Ainda conforme o aposentado, a Associação tem insistido que a Secretaria de Mobilidade Urbana do município encontre solução para essa demanda:
- Mesmo que eu não seja usuário de transportes coletivos, buscamos soluções para outras pessoas que precisam dessa locomoção.
O QUE DIZ A PREFEITURA Sobre a reposição das paradas de ônibus: Conforme a Secretaria de Mobilidade Urbana, após o término da duplicação e com a construção do viaduto, a parada de ônibus teve de ser suprimida em virtude do estreitamento da pista lateral por onde passavam os coletivos urbanos. E, sem largura suficiente, não serão colocados outros pontos. No entanto, as pessoas não estão desassistidas. Existe um ponto de ônibus cerca de 200 metros à frente, na própria ERS-509.
Esquina das ruas Oscar Ferreira e James de Oliveira Franco e Souza, que apresentam problemas como má pavimentação
A falta de asfalto também é
um problema no local, visto que a única rua com pavimentação é a Antônio Botega. Trechos das ruas Jones de Oliveira Souza e João Marques também não têm pavimento. São de chão batido.
O QUE DIZ A PREFEITURA Sobre o bairro não ter ruas asfaltadas e dois trechos não pavimentados: De acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, o Parque Sarandi, no Bairro São José, possui 70% das vias calçadas com pedra irregular, 25% com pavimentação asfáltica e 5% de solo exposto. Já os trechos das ruas James Oliveira Franco Souza e João Marques não possuem calçamento ou pavimentação por terem sido constituídos de forma irregular, não respeitando o Código de Postura e Obras de Santa Maria.
Placa instalada pelos moradores no terreno baldio da Rua James de Oliveira Franco e Souza
Recorrente
Outro problema que persiste há mais de um ano, quando o Diário nos Bairros passou pelo Parque Sarandi, é falta de cuidado em terrenos baldios, os quais estão com mato alto e servem como descarte de lixo.
A pracinha na divisa das ruas Oscar Ferreira e Antônio Botega é mantida pela comunidade
Um desses terrenos fica na Rua James de Oliveira Franco e Souza, que, recentemente, passou a receber manutenção do proprietário. O outro fica ao lado da praça mantida pela Associação de Moradores do Parque Sarandi. Os dois lotes são particulares e estão à venda.
O QUE DIZ A PREFEITURA Sobre os terrenos baldios, um na Rua James de Oliveira e outro entre as ruas Oscar Ferreira e Antônio Botega: A Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos informa que encaminhou as demandas a respeito dos terrenos ao setor responsável pela fiscalização e que medidas cabíveis serão tomadas para a solução do problema.
Pasa, que também contribuiu com a reportagem do ano passado, mora no bairro e ajuda a associação há 27 anos.
Ele comenta que as atividades da comunidade se fortaleceram no início da gestão de Artur Omar Almansa Carlos, 72 anos, servidor da Justiça aposentado, e do vice-presidente, Paulo Dal Frabro, em vigor desde 2002:
- O que impulsiona todo empenho por melhorias é o espírito de colaboração dos integrantes e dos gestores, que dão exemplo pela iniciativa constante em favor de todos.
Pelo coletivo
A Associação dos Moradores do Parque Sarandi tem liberação do Estado para cuidar da pracinha. A manutenção, que é quinzenal, conta com recursos oriundos das mensalidades dos membros, as quais também financiam outras necessidades do bairro, entre elas, aquisição de plaquinhas para pontos específicos e melhorias no esgoto.
Para o administrador, embora cobrar as políticas públicas seja fundamental, engajamento dos interessados é indispensável:
- Nosso objetivo é trabalhar em prol da sociedade. Sou crítico em relação aos trabalhos da prefeitura e do governo do Estado.
Mesmo assim, tenho consciência de que precisamos fazer a nossa parte. Destaco a necessidade de os nossos associados estarem nas reuniões para apresentar dificuldades e propor soluções para o bairro.
Atualmente, segundo Pasa, apenas 20% dos moradores do Parque Sarandi fazem parte da associação.
- Em prol do bairro, gostaríamos que mais pessoas abraçassem a causa conosco - convida o voluntário.
*Colaborou Gabriele Bordin